domingo, 27 de abril de 2008

TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANSISCO: SALVAÇÃO OU EQUÍVOCO?

É comum ouvir dizer que o Brasil é privilegiado por estar livre de desastres naturais. Mas, muito antes da ocorrência de furacões e ciclones extratropicais nos estados do Sul, o país já vive o inferno da seca no Nordeste. Desde o tempo do Império, discute-se a possibilidade da transposição das águas do Rio São Francisco para o chamado Polígono da Seca como forma de solucionar o problema. Esse assunto volta agora às manchetes de jornal graças a um projeto do Ministério da Integração que está prestes a sair do papel.

O fenômeno da seca é resultado do atraso ou da distribuição irregular de chuvas. Mas ela representa muito mais que apenas uma ocorrência climática, pois acarreta sérios efeitos no desenvolvimento da vegetação, gerando, por conseqüência, um quadro social de extrema pobreza nas regiões onde a economia ainda está embasada na agricultura familiar.

É o caso do Polígono da Seca, uma área de 950 mil km2 situada entre o Sudeste e o Nordeste do Brasil, afetando os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. A região, de clima semi-árido, recebe menos de 700 mm de chuva por ano e é castigada com altas temperaturas: 26ºC em média.

Uma possível solução para o problema seria a chamada transposição do Rio São Francisco. Consiste em estender a circulação do "Velho Chico" (cujo leito está, maior parte, em Minas Gerais, Pernambuco e Bahia) também para os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará, além de áreas semi-áridas de Alagoas, Pernambuco e Sergipe. Abastecida pelo rio, a região do Polígono da Seca teria água suficiente para a agricultura e o consumo individual.

A mais recente versão dessa idéia é o projeto de Interligação da Bacia do São Francisco com as Bacias do Nordeste Setentrional, que integra o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido e da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, comandado pelo Ministério da Integração Nacional. Orçado em R$ 4,2 bilhões, o projeto prevê a construção de aproximadamente 700 km de canais e reservatórios, divididos em dois eixos, que abasteceriam o Polígono, aliviando os efeitos da estiagem. O Exército já se prontificou a ajudar, e o governo se prepara para iniciar as obras.

Mas a idéia da transposição está longe de ser unanimidade. Se, para o governo, a obra é inadiável, por outro lado não faltam opiniões contrárias.


Baseado no texto acima, foi selecionado uma canção da dupla Sá e Guarabira (com a participação de Rodrix) para que vocês possam interpretar de maneira livre. (a partir da produção de slides utilizando o Microsoft Power Point)



Sobradinho
(Sá, Rodrix e Guarabira)

O homem chega e já desfaz a natureza
Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá prá cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia
Do beato que dizia que o sertão ia alagar
O sertão vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Adeus remanso, casa nova, sento-sé
Adeus pilão arcado vem o rio te engolir
Debaixo d'água lá se vai a vida inteira
Por cima da cachoeira o Gaiola vai sumir
Vai ter barragem no salto do Sobradinho
E o povo vai se embora com medo de se afogar
O sertão vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão

Vamos lá!!

Um comentário:

۩ Gabriel Phillip ۩ disse...

Pra vocês que não estão conseguindo postar o arquivo do Power Point e só enviar para o e-mail : sycler@hotmail.com
Apos enviado o arquivo eu postarei no blog em arquivo de upload.
Obrigado pela atenção

Gabriel Phillip 8ano