terça-feira, 18 de março de 2008

GÊNEROS LITERÁRIOS - EXERCÍCIO

1) Respondam a questão analisando a crônica do poeta e escritor mineiro Hélio Pellegrino:

TEXTO 1

OS TUMULTOS DA PAZ

O amor ao próximo está longe de representar um sonho beato e piedoso, conto da carochinha para enganar crianças. Trata-se de uma essencial exigência pessoal e política. Amar ao Próximo como a si mesmo é, por excelência, a regra de ouro, cânon fundador da única prática pela qual poderemos chegar a um pleno amor por nós próprios. Sou o primeiro e mais íntimo Próximo de mim, e esta relação de mim para comigo passa, inevitavelmente, pela existência do Outro. Este é o termo terceiro, a referência transcendente por cuja mediação passo a construir a minha auto-estima. Eis aí o modelo da paz.
(PELLEGRINO, Hélio. A burrice do demônio. Rio de Janeiro: Rocco, 1989. p. 94)

Assinale a opção que corresponde ao seguinte fragmento do texto I: “Sou o primeiro e mais íntimo Próximo de mim, e esta relação de mim para comigo passa, inevitavelmente, pela existência do Outro” (linhas 10 -13).

a) Para chegarmos ao amor por nós próprios, indiscutivelmente, temos que perpassar pelo amor ao Próximo.
b) A realidade concreta de mim para comigo é a regra de ouro para um pleno amor por nós próprios.
c) A relação de mim para comigo, passando pela existência do Outro, é uma essencial exigência para enganar os incautos e ingênuos sacristãos.
d) A existência do Outro de nada interfere na construção da auto-estima.
e) Amar ao Próximo como a si mesmo é um sonho beato e piedoso para alertar os desavisados.


2) Os poetas Castro Alves e Álvares de Azevedo faleceram ainda jovens deixando um legado muito importante para a poesia brasileira, sendo inclusive autores de sonetos (gênero esse que foi pesquisado e lido por vocês).

Baseados na obra do poeta Castro Alves e na obra de Álvares de Azevedo, respondam:

Texto II

PENSAMENTO DE AMOR

Quero viver de esperança
Quero tremer e sentir!
Na tua trança cheirosa
Quero sonhar e dormir.
(Álvares de Azevedo)

..........................................................................

Todo o amor que em meu peito repousava,
Como o orvalho das noites ao relento,
A teu seio elevou-se, como as névoas,
Que se perdem no azul do firmamento.

Aqui...além...mais longe, em toda a parte,
Meu pensamento segue o passo teu.
Tu és a minha luz, – sou tua sombra,
Eu sou teu lago, – se tu és meu céu.

..................................................................

À tarde, quando chegas à janela,
A trança solta, onde suspira o vento,
Minha alma te contempla de joelhos...
A teus pés vai gemer meu pensamento.

..................................................................

Oh! diz’ me, diz’ me, que ainda posso um dia
De teus lábios beber o mel dos céus;
Que eu te direi, mulher dos meus amores:
– Amar-te ainda é melhor do que ser Deus!
Bahia, 1865.
(ALVES, Castro. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1976. p. 415-6)

Analise o texto II e assinale a opção em que o verso transcrito representa, no plano semântico (do significado da palavra), uma conseqüência.

a) “Meu pensamento segue o passo teu.” (v.6)
b) “Que se perdem no azul do firmamento.” (v.4)
c) “Oh! diz’ me, diz’ me, que ainda posso um dia” (v.13)
d) “Que eu te direi, mulher de meus amores:” (v.15)
e) “Todo o amor que em meu peito repousava,” (v. 1)


3) Com base na última estrofe do texto II, pode-se constatar:

a) O amante se dirige à mulher dos seus amores, considerando o fato de amá-la ser um bem maior do que ser o próprio Deus.
b) A mulher dos amores do amante considera o sentimento de amá-lo melhor do que ser Deus.
c) Deus é um bem menos importante para o amante porque o verdadeiro amor é a mulher dos seus amores.
d) Ao se dirigir à mulher dos seus amores, o amante se curva à onipotência de Deus.
e) O amante se dirige ao próprio Deus, considerando o fato de amá-lo ser um bem menor do que amar a mulher de seus amores.


4) Os quatro versos de Álvares de Azevedo que servem de epígrafe (tema) ao texto II indicam que:

a) existe uma referência explícita do texto II ao amor tematizado no estilo de época realista-naturalista;
b) há uma influência marcante do Modernismo no texto II, especialmente no que diz respeito à idealização da amada;
c) existe uma citação clara do amor pastoral no texto II, conforme aparece no período Barroco;
d) há uma citação explícita do Simbolismo no texto II, notadamente no tratamento do rondó.
e) há uma relação do texto II com o tratamento dado ao tema amoroso pelos poetas ultra-românticos;


5) Assinale a opção que corresponde à diferença entre a abordagem do amor nos textos I e II.

a) Os textos I e II desenvolvem ampla reflexão sobre o individualismo de nosso século.
b) O texto I considera que não podemos amar a nós mesmos, se não amarmos ao próximo, enquanto o texto II manifesta-se explicitamente contra esta tese.
c) O texto II trata do amor entre um homem e uma mulher, ao passo que o texto I trata do amor ao outro como uma necessidade para a construção de nossa auto-estima.
d) O texto II trata do amor ultra-romântico, ao passo que o texto I considera que o melhor modelo de amor é o do neoclassicismo.
e) O texto I considera o amor social como o mais importante, enquanto o texto II descarta a importância do amor pessoal pela amada.


6) Assinale a opção correta para a reescritura dos versos 15 e 16 na terceira pessoa do singular, segundo a norma culta.

a) Que eu vos direi, mulher dos meus amores: - Amar-vos ainda é melhor do que ser Deus!
b) Que eu a direi, mulher dos meus amores: - Amar-lhe ainda é melhor do que ser Deus!
c) Que eu te direi, mulher dos meus amores: - Amar-te ainda é melhor do que ser Deus!
d) Que eu a direi, mulher dos meus amores: - Ama-a ainda é melhor do que ser Deus!
e) Que eu lhe direi, mulher dos meus amores: - Amá-la ainda é melhor do que ser Deus!


Quanto ao gênero soneto, respondam:

7) No Brasil, existe um autor que além de escrever belos sonetos (como o soneto da fidelidade, por exemplo); foi um dos idealizadores do gênero musical chamado bossa nova, foi diplomata e também compositor. Seu nome é:

a) Tom Jobim.
b) Manoel Bandeira.
c) Machado de Assis.
d) Jorge Amado.
e) Vinícius de Moraes.


8) Um soneto é composto por:

a) 14 Versos.
b) 12 Versos.
c) 11 Versos.
d) 10 Versos.
e) 16 Versos


9) Soneto é um texto em poesia caracterizado por:

a)
Dois quartetos e dois tercetos.
b) Um terceto e um monólogo.
c) Um monólogo e dois quintetos.
d) Dois Monólogos e dois Quartetos.
e) Dois tercetos e dois quintetos.


10) Segundo o site wikipédia, o gênero lírico pode ser classificado em:

a)
Haicai, música, soneto e ode.
b) Soneto, poema, música e livro.
c) Ode, hino, soneto e haicai.
d) Ode, soneto, música e hino.
e) Haicai, livro, poesia e música.


11) Nos registros literários do Brasil, os jesuítas são uns dos primeiros a produzir obras literárias em nosso país, podendo ser citado o Padre Antônio Vieira, poeta classificado como barroco. Conforme o Texto III classificado como poema e que faz parte dos gêneros literários respondam:

Texto III

O AMOR E O TEMPO

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera ! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor ?! O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar menos.

(VIEIRA, Antônio. Apud: PROENÇA FILHO, Domício. Português. Rio de Janeiro: Liceu, 1972. V5. p.43)


O texto III apresenta:

a) características modernistas, como o uso exclusivo de expressões correntes na língua falada do século XX, bem como a abordagem de um tema atual: o amor;
b) características barrocas, como o jogo de idéias através de figuras de linguagem e a organização sintática complexa;
c) características românticas, como o excesso de sentimentalismo e a exacerbação do eu lírico;
d) características parnasianas, como o preciosismo da linguagem e a preocupação com a métrica;
e) características neoclássicas, como a referência à mitologia e um vocabulário típico dos árcades mineiros do século XVIII.


12) Leia abaixo um soneto de Gregório de Matos:

Um soneto começo em vosso gabo;
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.

Na quinta torce agora a porca o rabo:
A sexta vá também desta maneira,
na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.

Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei.

Nesta vida um soneto já ditei,
Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus, que o acabei.

Assinale a alternativa incorreta:


a) A sátira é um gênero que pretende despertar o riso do público.
b) Além do divertimento, a sátira pretende moralizar a sociedade.
c) Podemos afirmar que este gênero é conservador.
d) O conservadorismo da sátira está no fato que pretende punir, através do ridículo, aqueles que transgridem as leis sociais.
e) A sátira é um gênero revolucionário que pretende abolir as instituições estabelecidas como a Igreja e a Monarquia.


13) Ainda sobre o soneto acima, assinale a alternativa incorreta:

a) O poeta faz uma brincadeira com as próprias regras do soneto.
b) O personagem é satirizado pois não tem nenhuma qualidade digna de louvor, por isso, compor o poema é algo penoso e difícil para o poeta.
c) O personagem é cheio de virtudes, o que tornar extremamente difícil fazer-lhe um elogio à altura de suas qualidades.
d) O personagem é vítima da sátira, pois pretende obter honrarias (no caso um soneto) em sua homenagem para as quais ele não é digno.
e) Ao ridicularizar o personagem, o poeta mantém uma posição conservadora, pois repõe a ordem social no lugar.


14) O gênero épico é formado por obras (em verso ou em prosa) de extensão maior, em que um narrador apresenta personagens envolvidos em situações e eventos. As grandes navegações portuguesas a partir do século XVI também foram representadas em versos escritos na literatura portuguesa do século XVI. Qual o nome mais expressivo dessa época na literatura portuguesa?

a) José Saramago
b) Eça de Queiroz
c) Luis Vaz de Camões
d) Carlos Drummond de Andrade
e) Paulo Leminski


15) Segundo o site da professora Regina Célia, o gênero dramático compreende as seguintes modalidades:

a) Comédia, tragicomédia, farsa e suspense.
b) Terror, comédia, tragicomédia e suspense.
c) Novela, drama, comédia e farsa.
d) Suspense, drama, terror e comédia.
e) Tragédia, comédia, tragicomédia e farsa.

terça-feira, 4 de março de 2008

GÊNERO LÍRICO - SONETOS

Durante essa semana o tema focado será gênero lírico, mas especificamente o soneto. Vocês devem, como nas semanas anteriores, pesquisar a respeito de tal assunto.
Logo em seguida respondam:
1 - O que é gênero lírico?
2 - Defina o que é um soneto?
3 - Cite um exemplo de soneto.
4 - Existem alguns autores que com o passar dos anos se tornaram clássicos da história da literatura brasileira e mundial e que são classificados como autores do gênero lírico e que em suas obras existem vários sonetos. Postem pelo menos o nome de dois autores desse subgênero.
5 - Cite dois exemplos de obras que podem ser classificados como gênero lírico desse autor.
Depois de respondido esse questionário, postem aqui no blog suas respostas. Não esqueçam de postar com o nome de vocês.